terça-feira, 25 de agosto de 2009

Relativo

É relativo e pronto. Que nada tem de absoluto. Que depende de outra coisa. Que depende da circunstância e que é aplicado o tempo inteiro. Quantas vezes a palavra relativo, cai com uma luva em nossas explicações. Embasamos conceitos dizendo que o belo e o feio são totalmente relativos e que o conhecimento do homem também é, já que se compararmos à filosofia divina, não há como comprovar, então, é relativo.
Vindo da Língua Portuguesa que nos rege, um pronome relativo, é aquele que, introduzindo uma oração subordinada, se refere a um termo da oração anterior. Que coisa. Relatividade depende sempre daquilo que comparamos. É bem possível que este texto seja comparado e que até aqui não esteja sendo compreendido. Mas, calma. Isso também é relativo, pois o que me leva a pensar e escrever sobre o dito cujo é o problema que este me parece estar se tornando.
Seria um tanto presunçoso, mas, não funciona como prova perfeita, porque ao justificarmos, nosso ponto de vista, às vezes, por medo não dizemos que realmente consideramos que é feio. Dizemos que o conceito de feio é relativo e depende da interpretação individual. Mas, então, existe um conceito formado? Por que, na mídia, ele existe e está bem longe de ser relativo. É um padrão, que vem inserido, encaixotado, deitado, de lado, visual, tátil. Está por todo lado, e para alguns, chega a ser frustrante. E, diga-se de passagem, não se restringe somente ao termo “feio”, abrange todos os termos desde personalidade até vida em sociedade.
Então, por que nós, meros seres exteriores ao interior midiático, não nos desligamos do conceito pré-pronto, excluímos o “relativo” de nosso vocabulário e assumimos uma posição? Dizer que algo é relativo é como ficar em cima do muro. Precisamos dizer o que pensamos e não relativizar por medo.
Um esboço confuso? Talvez confundi um pouco mais. Creio que esqueci de ser relativa...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Monólogos e diálogos

O silêncio é realmente cativante. Tão cativante que consegue se manter presente o tempo inteiro. Digo isso porque ter um monólogo consigo mesmo é algo raro. Muitos optamos por pensar em outra coisa em vez de iniciar uma conversa com nosso íntimo.
Imaginamos sempre que será um monólogo. Talvez por isso, não conversamos. O ato de questionar reflexivamente nosso cotidiano nem sempre recebe respostas. Esse é o detalhe. Tornar nosso monólogo pessoal um diálogo. Acontece que, para ensaiarmos um diálogo, precisamos de argumentos diferentes, ou melhor, pontos de vista diferentes e confrontantes. Em muitos casos, vivemos sob um único e temos dificuldade em administrar a presença de outro.
Conhecer-se exige um diálogo sincero. Quase todos os dias. É tão fácil sentir-se confuso. E tão difícil organizar todos os pensamentos que nos atropelam a cada minuto.
Acredito que muitos monólogos antecedem diálogos verdadeiros. Por isso, não vemos que muitas coisas que buscamos nos outros, como segurança e força, por exemplo. Ambas estão dentro de nós, mas, aguardando em silêncio por aquele diálogo.
(...)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Projeto

Joguei fora os textos antigos. Não porque eram ruins, mas porque eu precisava voltar a escrever do zero. As idéias mudaram. Os projetos também. Gosto dessa palavra: PROJETO. De modo simples, ela me descreve um pouco, ou melhor, descreve a todos nós, seres humanos. Somos um projeto, cujo próprio mestre de obras, arquiteto e decorador deve ser personalizado por nós. A idéia de dar continuidade ao esboço inicial não brota tão cedo em nossas mentes. Quando nos damos conta, estamos atrasados e temos medo de não conseguir concluir. Porém, sorte que tudo nessa vida é muito relativo, e varia de projeto para projeto. Considero ter o meu em andamento. Claro, às vezes paro a construção e vou tirar um cochilo, porque essa é minha concepção. O tempo todo sinto que devo manter os pilares principais firmes, mas mudar todo o visual em torno deles. Assim, gosto de ir reciclando devagar. Os cochilos me trazem idéias novas. Preciso deles.
Conheço projetos cujo responsável o tem como concluído. Conheço outros que estão apenas iniciando, e alguns, que usam materiais que eu jamais empregaria em minha obra. Mas, devo confessar, só depois de ter usado alguns materiais suspeitos, os quais tive que descartar mais tarde, aprendi onde se consegue os de melhor qualidade.
Creio que não sou mais um esboço. Já tenho algum caminho andado. Um pouco de experiência, escolhas definidas e um amor. Não há projeto sem amor. Por certo que o amor dá entusiasmo à obra e a modifica totalmente.
Escrever palavras ao vento é um dos materiais mais sólidos de meu projeto. Me faz bem e ele fica mais bonito. Vou deixá-las aqui para serem lidas, ignoradas, comentadas e até apagadas. O simples fato de eu as escrever é o mais importante, porque preciso dar andamento à um projeto. Então, mãos à obra!