terça-feira, 15 de setembro de 2009

Um engano

É sempre uma tentação. Dá para sentir os rastros que perseguem durante o dia e que encontram o alvo quando chega a noite... Parece seduzir num ritmo quente, como se corresse pelas veias para depois pulsar junto com o coração...
Na verdade, tem o poder de enlouquecer, porque por instantes, nos pertence. Tudo sob um olhar e um comando. Mas, é muito fugáz. Logo se vai. Talvez esse seja o segredo para ser tão contagiante, ao mesmo tempo em que faz sorrir, castiga. Eu diria que sabe enganar perfeitamente. Culpa nossa: dizemos não, quando dentro de nós, há um grito de sim.
Um engano. Engano próprio e necessário que consegue deixar a vida rolar entre meio desejos e aflições. Somos assim, incorretos e confusos. Loucos por natureza, disfarçados de civis, que não admitem a realidade que os cerca. Não admitir mas sentir, é assim que funciona. Uma falsa realidade que quando se faz verdadeira, torna-se momentânea.
Queria entender o sentido de verdadeira e de momentânea. Se for tudo verdade, precisa durar uma eternidade, ou não? E se for de momento, precisa necessariamente ser passageiro? É interessante sentir-se indeciso e totalmente contagiado. Quem sabe esse possa ser o ponto sublime de ser um louco disfarçado.
A dúvida seria enfim a verdade permanente, e os momentos a multiplicariam. O ritmo acelerado daria o poder dos instantes sublimes.
E eu, ao acordar iria fugir o dia todo para que de noite pudesse te encontrar...

2 comentários:

  1. Adorei a narrativa sobre uma simples palavra: engano!
    Na frase em que vc pergunta que queria saber o sentido de verdadeiro e momentâneo, logo me veio a mente que Nietzshe não acredita que verdade existe. Um conceito, que de acordo com esse grande filósofo é um conceito inventado e muito relativo, que engata no sua narrativa sobre relatividade... Conexões!
    O engano... engana a mente, pode no fazer feliz por instante ou nos deixar enganados a vida toda. Sabendo disso ou não
    Saudade
    Bjos

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  2. A narrativa nos leva a pensar quanto porcento do que verdadeiramente somos e quanto anda nossas máscaras pessoais. Será que estamos sendo reais ou vivemos atrás de aparências? Até quando poderemos manter calados nossos demônios?
    Missão cumprida garota, vc me levou a refletir!
    Beijosss

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